Poemas: O Tempo e Libertação
Autor: Sebastião Cintra
Publicado dia 08 de Fevereiro de 2004

O Tempo e Libertação

O TEMPO

“... reflexo movediço e irreal da eternidade.”
(Platão)

Dizem que “o tempo passa tão depressa”...
Não é comum se ouvir dizer assim?
O tempo, na verdade, não tem pressa,
Não passa, não começa, não tem fim...

Engana-se quem à-toa professa,
Ser o tempo movediço. Pois sim.
É o sábio Platão quem no-lo confessa
Ser falos, irreal, o dito mal sim.

Infenso, talvez, à essência da vida,
Ávido de posse, mente aguerrida,
O homem já não se aconselha mais...

Indiferente ao tempo-eternidade,
Dimensiona falsa realidade,
Sem do logro aperceber-se jamais.

LIBERTAÇÃO

Por que essa ânsia de ter, esse desejo
Infrene que ao ser humano aflora,
O Sentido de posse que o devora
E põe-lhe aflito o coração sem pejo?

A vida aguarda o seu fatal ensejo
De lucidez. E soa então a hora
Em que transcende, inesperada embora,
Graça eventual – íntimo lampejo..

Obscuro no amor, de paz sedento,
Indaga a esmo o coração atento,
Sob a égide da reflexão...
E no vórtice fecundo da mente
Reclina-se o germe – a nova semente...
E faz-se aurora a noite da razão


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